domingo, 2 de outubro de 2016

Festas de Outubro!

Como é bom morar em Santa Catarina, ainda mais em outubro, quando pipocam as grandes festas de outubro por aqui. Super divertido! Vou falar um poquinho sobre algumas, só para te dar uma vontade enorme de visitar alguma delas, ou todas, vai de cada um não?


33ª OKTOBERFEST, BLUMENAU.

A maior Oktoberfest fora da Alemanha acontece entre 5 e 23 de outubro. Muita cerveja, música, alegria, dança, folclore e gastronomia fazem a diversão dos que visitam o a Vila Germânica.

http://www.oktoberfestblumenau.com.br/


31ª FENARRECO, BRUSQUE.


A festa da minha amada cidade! A festa nacional do marreco acontecerá de 6 a 16 de outubro. Dentre as atrações do evento estão apresentações musicais, desfiles folclóricos e comidas típicas. O local, como de costume, sera o Pavilhão de Eventos Maria Celina Imhof.


28ª SCHUTZENFEST, JARAGUA DO SUL.

Fugindo um pouco do comum, esse ano a festa irá acontecer entre os dias 10 e 20 de novembro. O evento realiza as conhecidas competições de tiro, bailes tradicionais e ainda conta com a participação de dezenas de bandas e uma praça de alimentação com comidas típicas. 

4º FESTIVAL DO CAMARÃO, PORTO BELO.

A quarta edição da festa tem como foco a gastronomia, com a tradicional caldeirada de frutos do mar. Contando com atrações musicais durante todo o evento, é uma boa pedida para quem está por perto do litoral catarinense na época.


38ª OKTOBERFEST, ITAPIRANGA.

Não tão famosa quanto a oktoberfest de blumenau, mas tão boa quanto, a primeira oktoberfest brasileira acontece entre os dias 9 e 12 de outubro, com muito chopp, apresentações culturais alemãs e comidas tipicas para entreter os visitantes.


1ª BIERVILLE, JOINVILLE.

A primeira edição da festa, que ocorrera em Joinville, encerrará o calendário das festas de outubro de Santa Catarina. Essa será realizada no Complexo Expoville, oferecendo ao público muita diversão, com chope e gastronomia de alta qualidade, embaladas pelas melhores bandas de música alemã.


83ª TIROLERFEST, TREZE TILIAS.

Enquanto a maioria das festas de outubro acontecem no Vale do Itajai ou por perto, de 11 a 16 de outubro acontece a Tirolerfest, em Treze Tílias, cidade situada no meio-oeste de Santa Catarina. A festa faz parte das festas de outubro e celebra a sua 82ª edição. Durante o evento, tradições do povo austríaco são revividas por meio da dança, da música, da comida típica e dos grupos de folclore. 






Ein Prosit!

domingo, 25 de setembro de 2016

Precisamos falar sobre séries!

Séries, séries, séries, o que seria de nossas vidas sem elas. Aqueles filmes separados em episódios com tempos de duração variáveis, mas que conseguem prender nossa atenção por tanto tempo. Lógico que como todo mundo, eu cresci assistindo os sitcoms americanos, e nutro grande carinho por cada um deles, tipo "Um maluco no pedaço" ou "Blossom".
Mas em uma certa terça feira, depois da aula, la em meados de 1999, descobri algo que revolucionou minha vida. 
Cheguei em casa, liguei a TV e estava passando alguma coisa chamada Brimstone. Era a história de um detetive que, ao morrer, vai parar no inferno. Então o capiroto em pessoa faz um trato com ele. Algumas centenas de almas pecadoras fugiram do inferno, e estão a solta em nosso mundo. Se o nosso herói conseguir mandar todas elas para o inferno, ele esta livre. 
Beleza que a série só teve uma temporada, uma das grandes injustiças que presenciei em minha vida, já que é uma das melhores séries que já assisti. Mas o fato é que descobri que nem toda série necessariamente era humorística.
Um longo hiato se fez até que voltasse a assistir alguma, e dessa vez uma em especial me chamou a atenção. 

Sobrenatural!

Por um acaso, precisava de um programa para finalizar meu relatório de estágio, e um amigo me emprestou um dvd, em qual tinha alguns episódios da série. Me lembro com tanto carinho, o episódio era um da quarta temporada, No exit. Foi um momento magico. Simplesmente não consegui parar de assistir Sobrenatural. Mas outros momentos gloriosos viriam, de outras séries.

Aqui deixo algumas séries que vocês provavelmente já viram, caso contrário, não perca tempo, dê uma chance que você não irá se arrepender. E a tempo, não é uma lista de "melhores séries de todos os tempos", é apenas sugestões.



Better Call Saul.




O advogado trambiqueiro de Breaking Bad teve uma participação tão marcante na série que mereceu um spin off quase só dele. Quase porque temos nesse spin off a presença de  Mike Ehrmantraut. Confesso que apesar do título da série, as melhores partes são com Mike, principalmente a nostalgia por mostrar alguns personagens secundarios de Breaking Bad. Quando a história foca em Jimmy (o futuro Saul Goodman), a história fica um pouco arrastada, mas digna de nota. Ao contrario das cenas com Mike, que são bem dinâmicas. Que serie f/o/d/a. Detalhe: é a série que estou assistindo no momento!








The IT Crowd.



Rolou até um post dessa série por aqui. Nem vou falar muito sobre ela, mas pensa num negócio engraçado. Só de lembrar a cara do Moss quando algo dá errado, e já estou rindo aqui.




Breaking Bad.



Um marco no mundo do entretenimento! Palavras são poucas para descrever o quanto Breaking Bad é boa. O melhor de tudo é que é uma história com início e fim bem definidos, sem aquela enchida de linguiça básica que vemos de vez em quando ou então um cancelamento em uma história que mal começou. Mas vamos aos fatos, Breaking Bad gira em torno de um professor de química um tanto quanto fracassado, que ao descobrir uma doença terminal, resolve chutar o balde e partir para o lado sombrio para deixar sua família em uma situação financeira confortável com sua eventual partida. ASSISTA CARA, É SÉRIO. Vale cada minuto na frente da tela.






Sobrenatural.



Salvar pessoas, caçar coisas, o negocio da família. A série focada no sobrenatural, recordista em número de episódios levados ao ar, continua firme e forte em sua decima primeira temporada. Tem de tudo por aqui: comédia, drama, suspense, terror. Uma ótima pedida para assistir descompromissadamente quando você tiver algum tempo disponível. Toda temporada temos algum vilão fodastico, mas não onipresente. Episódios aleatórios pipocam aos montes, e nem sempre tem a ver com o tema da temporada, o que torna tudo mais divertido.  






Dexter.



As vezes um pouco de sangue não faz mal, principalmente em Dexter. Falar que Dexter é um assassino frio, sem remorso soa bem mal. Mas um serial killer que mata apenas pessoas que mereçam, a escória da humanidade, merece um pouco de nossas energias positivas sendo mandadas para ele. A série é ótima, foge um pouco da obra de Jeff Lindsey, mas nada que comprometa. O final é terrivelmente decepcionante, lamento muito. Todo mundo lamenta. Mas são coisas da vida. Mas pode ter certeza que até a sétima temporada vale a pena assistir. Se você não tem muita paciência para assistir inteira, e deseja conhecer um pouco apenas, assista a quarta temporada. É de matar! (perdão pelo trocadilho).






The Walking Dead.



A popularidade dos zumbis atinge o seu auge justamente com The Walking Dead. Por gosto pessoal, prefiro os quadrinhos. Mais crus e brutais, sem tanto politicamente correto. Mas para quem não gosta de ler, a série é uma boa pedida. Principalmente quando os roteiristas não inventam muito e seguem mais a história contada nos quadrinhos. Sim, eu sou invocado nos quadrinhos!






The Pacific.




A helmet for my pillow e With the old breed são dois livros escritos por fuzileiros que atuaram no teatro do pacifico durante a segunda guerra mundial. Esses mesmos dois livros foram a inspiração para The Pacific. Eugene Sledge e Robert Leckie tiveram seus momentos durante a segunda guerra recriados nessa superprodução da HBO. Toda a brutalidade da guerra bem explicita, variando para momentos pessoais de alguns personagens, para quebrar um pouco o clima de tensão, resultam em uma magnifica visão do conflito nipo-americano, que culminou com o inicio da invasão do território japonês pelas forças americanas.






Cosmos.



Poucas coisas acontecem e entram para a história. Quando um cientista com um carisma enorme fala de assuntos geralmente fechados ao publico em geral de uma maneira fácil de ser compreendida por qualquer um, o programa automaticamente se torna um marco na ciência. A segunda versão, com Neil deGrasse Tyson, é uma ótima maneira de se entreter e aprender um pouco sobre o universo, desde o micro até o macro. Mas a versão original, com Carl Sagan, continua imbatível. Mesmo sendo algo realizado a mais de trinta anos, continua tão atual que cabe bem assistir nos dias de hoje e pensar nas decisões que estamos tomando.  






American Horror Story.



Um conceito um tanto quanto diferente da maioria das séries que vemos por ai. Em AHS, cada temporada nos conta uma historia diferente, com poucas ligações entre si. O interessante é que mesmo sendo histórias diferentes, a maioria dos atores continua participando, mas em papéis diferentes. Não tem como deixar de falar da atuação de cada um deles, não podendo nós classificar como menos que excelente. O melhor de tudo, é que como cada temporada tem pouca ligação com outra, não importa onde você comece a assistir, a história se encaixará perfeitamente.





Vikings.




A épica série que nos traz um pouco da cultura dos homens do norte, que aterrorizaram a Europa la pelo século VII. Liderados pelo lendário Rei Ragnar Lothbrok, a saga nos deixa a par de vários acontecimentos históricos, tais como a invasão nórdica a Paris, ou as guerras entre os nórdicos e os reinos que formaria o que hoje se chama de Inglaterra. Lógico que tem muito enfeite para apimentar a história, mas nada que chegue a comprometer a diversão. 






  

domingo, 11 de setembro de 2016

61 Cygnus, segundo capitulo!

O segundo capitulo de meu livro, em primeira mão para vocês! O post duplo era para ter acontecido semana passada, mas sabe como é né...

2. Resgate


Não havia passado ainda uma hora quando todos os chamados para o primeiro conselho já estavam sentados em suas posições no deck de comando.
- Já que estamos todos aqui, começaremos antes do horário, se todos concordarem. – Mia dá início a reunião.
Todos na sala se manifestam a favor do início do conselho.
- Gamma, pode começar a transmitir para o salão de eventos. Acho que o melhor é todos estarem a par da situação imediatamente.
Toda a tripulação é avisada por Gamma a se dirigir ao deck de recreação e eventos para acompanhar o conselho em um telão enorme fixado na parede.
- Em primeiro lugar, oficialmente passo o comando da missão para o major Modise. Agora sou apenas oficial de bordo do módulo colonial Gamma.
Uma salva de palmas ecoa pelo módulo.
- Não vai ser fácil relatar o que aconteceu...
Mia solta um suspiro.
...Vai ser duro, mas não vou fazer rodeios. Houve uma catástrofe na nossa chegada em 61 Cygus A. A Sanctuary foi atingida por vários destroços de um cometa fragmentado, e foi totalmente destruída, junto com a IA Adam.
Nesse instante, a tristeza toma conta de toda a tripulação. Alguns ficam muito consternados, outros conversam sobre como isso pode ter acontecido, outros sobre o que irá acontecer agora. Nem os oficiais da sala se contem.
- Pessoal, pessoal. Vamos colocar a emoção de lado e optar pela razão.
Modise espera por um tempo para as pessoas se recomporem.
- Somos trinta bilhões de humanos, vinte bilhões de aurianos. Temos colônias em diversos sistemas estelares. Mas estamos no limite. Logo não haverá lugar e comida para todos. Devo lembrar que é por isso que estamos aqui. Essa missão de colonização está sendo planejada a décadas. Passamos pelo pior. Mas não podemos desistir encima da linha de chegada. Seria injusto com todos que dependem de nós. Mia, quantas fatalidades, e os outros módulos de colonização, qual a situação? A curto e longo prazo, no que a destruição da Sanctuary nos afeta?
- A curto prazo, perdemos a carona para sair desse sistema estelar. Se algo der errado, a próxima nave de colonização só chegara aqui em cinco anos. Se tudo ocorresse como o previsto, todos os módulos de colonização estariam nessa ilha, fato que não ocorreu.
Mia para novamente para observar as reações.
- A situação não está boa. Mia e quanto aos outros módulos de colonização?
- Bem, dois módulos não conseguiram desacoplar da Sanctuary antes da explosão nuclear. Módulos destruídos, todos habitantes mortos. Seis módulos saíram da rota pré-estabelecida por causa da explosão, irão vagar pelo espaço até algum resgate, ou caíram direto para o 61 Cyg II. Contarão como desaparecidos nos registros.
Alguém levanta a voz no salão de eventos:
- Besteira, estão mortos, não tem como resgata-los.
Mia continua com a atualização após a interrupção.
- Doze módulos coloniais estão aqui em nossa exolua. Nove estão distantes, desviados de sua rota até o campo zero. Estão por si só. Três estão espalhados em um raio de duzentos quilômetros de nossa posição. Dois no interior da ilha. O terceiro está a dez quilômetros da costa, e a doze quilômetros daqui.
- Mia, amanhã sem falta quero fotos da região de pouso desse módulo que está no mar. A tempestade já vai ter passado. Existe algum motivo para nós não ter mais informações amanhã?
- Major, isso não será problema. O satélite está em orbita geoestacionária acima de nós. Antes do meio dia teremos todos os dados do modulo disponíveis.
- Nome modulo? – Red se levanta ao perguntar.
-É o modulo Kappa, Red.
- Pois bem, convoco para a missão de resgate o grupo de ataque alpha. Diaz, Nadjeska e Butch, sob o comando do sargento Diaz. O anfíbio 01 está pronto para uso Red?
O engenheiro mecânico responde positivamente.
Vocês terão o auxílio de dois drones aquáticos. IA de combates serão irrelevantes no ambiente em qual vocês estarão. Alguma pergunta?
- Estaremos prontos horas antes do previsto. – Diaz fala.
-Mia, qual é a tripulação do módulo Kappa?
- Dezesseis no registro, seis aurianos e dez humanos. Vinte IA de combate, cinco drones aquáticos e mais cinco aéreos.
- Vamos focar nessa missão de resgate primeiro. Eles precisam de nossa ajuda. Depois pensamos no resto.
- E se a tempestade não passar Major? – Diaz Pergunta.
- Os dados meteorológicos não mentem Diaz. Amanhã teremos tempo bom.
Ao termino do conselho, já havia escurecido. A chuva já tinha parado, mas o céu nublado era uma frustração enorme para a tripulação que esperava ansiosamente para ver onde ficava o Sol naquele céu. Isso teria de esperar. Com a gravidade da situação, muita coisa que entraria em pauta no conselho acabou sendo adiada. Cerca de cinco horas após o conselho, quase todas as luzes do módulo são desligadas, exceto as da sala de comando e as de busca e sinalização. Era um breu total aquele local, o modulo poderia ser visto a quilômetros de distância por ser a única fonte de luz por perto, já que as duas estrelas do sistema estelar já haviam se posto abaixo do horizonte. As IA de combate estavam posicionadas nos canhões estripadores localizadas em diversos locais da Gamma.
O local estava seguro. A noite correu sem nenhum incidente relevante.
Todos já estavam acordados para o primeiro espetáculo das estrelas nascendo ao horizonte. Por um breve período, esqueceram de tudo para apreciar a vista. Do ponto que o planeta 61 Cyg II estava, as duas estrelas estavam muito próximas no céu. A primeira a nascer foi a 61 Cyg A, brilhante, de cor levemente laranjada. Dez minutos depois, no horizonte já despontava a 61 Cyg B, menos brilhante que a sua estrela irmã, mas ainda muito brilhante no céu. O céu tinha um tom levemente avermelhado, com poucas nuvens brancas. O tempo realmente estava bom, como Modise previu.
A exolua estava gravitacionalmente travada em relação a 61 Cyg II. Apenas uma pequena parte do planeta aparecia no céu, bem perto do horizonte oeste. Diaz foi o primeiro a notar mais esse espetáculo.
As dez da manhã, Mia chama Modise e sua equipe para mais detalhes.
- Aqui esta as fotos enviadas pelo satélite. – Ela fala puxando as imagens na tela que servia de mesa de comando.
- Notem que o contorno do modulo Kappa fica mais desfocado nessa posição...
- Ele está inclinado, por isso essa parte está muito desfocada.  – Fala Modise.
- Exato. O módulo está mandando sinal de SOS. Procedimento padrão. E percebam como o deck de observação está bem nítido. Ele deve estar no máximo a três metros embaixo da agua.
- Ansiedade. Devemos agir logo.
Red, geralmente calmo, não consegue esconder a agitação.
- Concordo, se estão prontos. Diaz, faça o necessário para trazer o maior número de sobreviventes. Boa sorte!
Assim que recebe o sinal verde, Diaz já pede para Gamma avisar os membros da missão de resgate para iniciar o embarque no anfíbio 01. As ordens são recebidas com empolgação.
Pela primeira vez, um veículo sai do modulo colonial para ganhar as planícies. Não demora mais que alguns minutos para chegar a bela praia e ganhar o mar.
As duas estrelas brilham firme no zênite.
- Sinal mais forte. Vou liberar os drones aquáticos. – Diaz fala para sua equipe depois de cinco quilômetros navegados.
- E o sinal da Gamma?- Pergunta Nadjeska.
- Forte.
Mais alguns minutos e eles param exatamente no local onde o modulo Kappa está naufragado. Os drones aquáticos com seus sensores fornecem um mapa completo da estrutura do modulo. Está seriamente avariada, o modulo não teve um pouso suave.
- O Kappa não pousou Major, ele caiu aqui. A estrutura está seriamente avariada.
- Nadja, Butch e Talos. Vocês descem. Vejo movimentação, formas de vida desconhecidas, cuidado. Usem a escotilha A1, é a mais perto.
- Pode deixar Diaz. – Butch responde.
Os dois caem na agua, e com a ajuda da roupa aquática equipada, e com o auxílio do motor leve de empuxo, conseguem rapidamente chegar na escotilha. Eles abrem e, sem surpresa nenhuma, encontram o deck de dados totalmente alagado. Não há nenhum sinal de energia por lá.
- Diaz, irei para o deck de comando com Nadja. Acredito que por ser mais alto, talvez não esteja inundado.
O trio segue pelos corredores alagados do modulo, até encontrarem o duto do elevador principal, que os leva diretamente ao deck de comando.
- Kappa está desligada, o procedimento padrão da IA é canalizar toda energia para os módulos de hibernação. Significa que tem alguém vivo ainda por aqui. – Butch fala pelo transmissor, escutando um sinal de alivio em retorno.
- Kappa, acorde! Precisamos de sua ajuda!
Os sensores da IA Kappa alerta sobre os invasores. Imediatamente a IA reconhece os visitantes.
- Soldado Eugene, soldado Nadjeska, soldado Talos. Prazer em vê-los.
- Obrigado Kappa, estamos felizes por conversar com você. Pode me passar uma atualização sobre o modulo?
- Com prazer soldado. Avariado além de reparo, 70% dos setores inundados. IA de combates perdidos, drones aéreo perdidos. Seis fatalidades. Desliguei o reator nuclear por precaução, mas as últimas analises indicavam cem por cento funcional.  
- Escutaram rapazes? Temos dez vidas aqui. Iremos acorda-los para levar eles para a Gamma.
A tripulação da Gamma, atenta a todos os detalhes da missão, bate uma salva de palmas.
- Senhor, e quanto aos mortos?
- Eugene, mantenha os corpos onde estão, a Kappa será o tumulo deles. – Modise fala.
- Kappa, você consegue restaurar energia nos pontos não alagados?
- Claro soldado! Como desejar.
- Nativos entraram por fendas estruturais. Muito cuidado! – Diaz observa em sua tela vários sinais infravermelhos entrando por algumas fendas estruturais do módulo.
- Tomaremos cuidado, obrigado Sargento. Nadja, eu vou descer até o hangar pegar as armaduras aquáticas para o pessoal. Vá para a sala de hibernação, e, Kappa acorde os sobreviventes agora. Talos você vem comigo.
Os dois pulam dentro do poço do elevador, uma queda de oito metros e estão na agua novamente.
- Talos, use o sabre se precisar. A arma só se for extremamente necessário. Esse módulo já está avariado que chega, ninguém sabe o que pode acontecer se disparar projeteis aqui dentro, não quero arriscar. – Diaz fala pelo transmissor.
Assim que os dois entram no corredor de acesso do hangar, algumas criaturas nadam velozmente, sentindo a presa por perto. Ambos sacam os sabres, mas Butch recebe uma pancada violenta. Um pouco tonto e dolorido, mas ele consegue se defender abrindo o corpo de seu atacante, que tem morte instantânea. Mas em seguida mais três vem na direção deles. Talos consegue entrar no hangar. Butch não tem a mesma sorte.
Uma das criaturas usa o corpo para se enrolar no braço de butch. O aperto violento causa uma fratura exposta no braço. Butch instintivamente saca o rifle de pulso, e quando atira, o efeito devastador da arma mata todos os atacantes no corredor.
Talos, encurralado, tem mais sorte. Assim que kappa consegue isolar Talos, ela aciona os módulos de defesa do hangar, estraçalhando as criaturas que estão no setor.
- BUUUUTCH...
Talos retorna para o corredor e vê Butch apoiado na parede. Com a armadura aquática aberta, ele está sem respirar por uns dois minutos. Imediatamente, o auriano retira o capacete de Butch, e coloca o auxiliar oxigenador em sua boca, saindo imediatamente do corredor para chegar no deck de comando.
- Kappa, modulo de enfermaria seco?
- Não está Talos, sinto muito.
- Se a gente não fizer nada, Butch irá perder o braço.
- Talos, levante o braço dele, e pressione muito para evitar mais perda de sangue. Leve ele para o deck de observação. Quando todos estiverem lá, nós abriremos um buraco na estrutura. Irá inundar de vez o Kappa, mas não temos escolha.- Modise, a par da situação dá as ordens.
-Nadja, como estão?
- Metade do deck de hibernação está inundado major, os que estavam nas câmaras de hipersono na parte baixa do deck morreram afogados enquanto dormiam, quanto ao resto, eles estão acordados, mas tentando saber o que está acontecendo.
- Preciso que você vá pegar as armaduras aquáticas. Imediatamente.
- Sim major.- Nadja responde já andando em direção a saída, que está localizada na parte alagada do deck.
Nadja mergulha em direção aos setores alagados.
Há uma quantidade de sangue considerável, no corredor de acesso. Alguns cadáveres de nativos estão flutuando na agua.  Ela afasta um que está em seu caminho, e entra no hangar.
- Eu só consigo carregar uns seis trajes aquáticos major.
Ela não termina a frase quando os módulos de defesa atiram contra outro invasor. Os nativos continuam entrando pelas fendas na estrutura do modulo.
- Ótimo, volte logo. Captando mais nativos indo para Kappa. – Modise fala.
Nadja volta o mais rápido possível para o deck de comando, dessa vez sem nada para atrapalhar.
- Temos um homem ferido, terá prioridade para a armadura aquática. Temos seis armaduras humanas e duas aurianas. Algum voluntario para subir sem armadura? A superfície está a três metros acima do deck de observação.
Todos escutam a voz de Diaz, embora alguns não estejam em seu estado mental totalmente sadio.
Quatro homens se voluntariam a subir sem armadura, e acabam decidindo entre si quem fica sem armadura. Do lado auriano, dois voluntários são rapidamente encontrados.
- Estou descendo, fiquem longe das janelas. Elas explodirão, e a agua irá tomar conta do ambiente rapidamente. Nadja, Talos, tenham certeza que a porta de acesso do deck esteja lacrada em poucos minutos. Espero que a gente não precise voltar aqui, mas se precisar, não quero que todos os decks estejam alagados.
Cinco minutos depois, Diaz detona cargas leves que estilhaçam todas as janelas frontais. A agua invade com violência o recinto. Todos tentam se agarrar em algo para não ser arrastado pela força das aguas. Diaz, sugado pela entrada repentina de agua, faz uma entrada rápida no deck, e rapidamente agarra Butch, subindo imediatamente para o anfíbio. Após poucos minutos, todos estão dentro do anfíbio, deixando para trás o modulo de colonização Kappa, que agora serve de tumulo para dez exploradores.
- Conseguimos! Missão completa! -Diaz fala em voz alta no anfíbio.
- Não vejo a hora de sair esticar a perna de verdade, já faz vinte anos que não saio de dentro de naves ou módulos.
- Ou anfíbios... Completa Nadja.
- Senhor, falta muito para chegar. – Um dos homens pergunta para Diaz.
- Uns quinze minutos. Temos que entregar nosso companheiro para os cuidados médicos o mais rápido possível.
Acontecem poucos diálogos durante os minutos que se seguem até a chegada na Gamma. Eles estão a menos de vinte metros do modulo quando algo acontece.
- Leituras indicam algo grande em nossa direção sargento. – Nadja fala apontando para a tela.
- PREPAREM-SE PARA O IMPACTO.- Grita Diaz.
Mas não há nenhum impacto. Apenas barulho de baterias estripadoras sendo disparadas.
Por sorte, eles já estavam no raio de alcance das armas da Gamma. Quando as IA’s de combate perceberam um nativo correndo para atingir o veículo, abriram fogo.
Os canhões estripadores eram Gatling Guns melhoradas, com poder de destruição muito maior. Em um minuto, cerca de dois mil projeteis de calibre .50 eram disparados, esses projeteis eram desenvolvidos de forma que quando atingissem o alvo, estourassem e se dividissem para causar o maior dano possível.
O pobre animal não teve a menor chance.
- Algum soldado aqui se sente bem para sair do anfíbio por uns minutos?
- Sargento, eu posso ir.
- Eu também. – Uma segunda voz fala.
- Muito bem. Dietrich, Fischer, Talos, Nihal, vão até o animal abatido e tragam alguns quilos de amostra. Vamos mandar para analises. Se tudo der certo, teremos o primeiro churrasco a noite.
- Senhor?- Dietrich levanta a mão.
-Fale Dietrich.
- Essa missão pode se chamar Missão churrasco?
Todos no anfíbio dão risadas.
- Claro, e você é o chefe de missão cabo. Chefe da missão churrasco.
Dietrich sorri. Todos descem do anfíbio para ver o animal, que não estava longe.
O nativo era um quadrupede de uns dois metros de altura e uns quinhentos quilos. Suas patas eram reforçadas com músculos, sua pele tinham um tom escuro, assim como quase tudo nessa exolua. A velocidade que atingiu durante a corrida foi boa para o seu tamanho, o que torna ele uma forma de vida perigosa para os colonizadores.
- Corta ali nas costas Fischer. Ali perto das costelas.
Fischer corta uns dois quilos de carne com a sua cimitarra de energia.
- Acho que acabamos por aqui, vamos voltar pessoal.
- Vejo que a missão churrasco concluída com sucesso, Dietrich. – Fischer fala sorrindo.

A caminhada até o anfíbio toma pouco tempo, e logo estão todos dentro do modulo Gamma.

sábado, 10 de setembro de 2016

Mil novecentos e oitenta e seis a dois mil e dezesseis!


Bem, eu, nascido na década de oitenta, cultuo demais essa época. Um pouco de nostalgia, mas poxa, quem não vai concordar que foram anos maravilhosos em todos os sentidos. Uma vontade enorme de homenagear essa década me levou a pensar nesse post, no qual coloco coisas importantes ou interessantes ocorridas em mil novecentos e oitenta e seis. A exatamente trinta anos atras! Boa leitura.



Começo pelos dois eventos mais sombrios desse ano. O primeiro trata-se do maior desastre nuclear na história: O desastre de Chernobil.

No dia 26 de abril de 1986, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear. Estimativas nos informam que pelo menos 4 mil pessoas morreram ou morrerão em decorrencia da exposição a radiação cancerígena.





Nossa segunda parada e ultima na sessao de tragedias marcantes, é o desastre da challenger.


Um defeito em uma anilha de borracha que vedava um dos propulsores provocou um incêndio repentino no tanque externo de combustível causando a explosão do onibus espacial durante a decolagem, matando instantaneamente todos os tripulantes. Trágico evento ao vivo. Um dos tripulantes era a professora Christa McAuliffe, a primeira civil a participar de um voo espacial. O evento ocorreu no dia 28 de Janeiro de 1986.



Mas vamos mudar de assunto e falar sobre o bom e velho futebol! Nesse ano tivemos a copa do mundo de 1986, realizada no México durante o mês de junho. O Brasil, como todo mundo sabe, caiu nas quartas de final, perdeu nos penaltys para a França. Mas o título ficou aqui na América do Sul mesmo. Nossos hermanos conquistam pela segunda vez a copa do mundo, batendo a Alemanha na final. Ai no video, o lance da copa: Maradona, aos 6 minutos do 2º tempo, enquanto a Argentina trocava passes em seu campo de defesa, Maradona pediu a bola, e a receberia ainda de costas para o campo inglês. Numa finta, deixou o primeiro rival para trás, e depois ainda passou por mais dois na corrida (Reid e Fenwick), driblando também o goleiro Shilton, antes de marcar o segundo gol argentino, 10 segundos após receber o passe. Incrível!


Na musica, destaque para o album Master of Puppets do Metallica. A cada dez lista de melhores albuns de metal, Master of Puppets estará no topo das dez! Está ali guardadinho nas minhas relíquias a versão em cd e o vinil. Imperdível para quem gosta de heavy metal. No mais, marca a despedida de Cliff Burton, o lendário baixista da banda, morto em um acidente de ônibus durante a turne da banda na Suécia. Três de março de 1986, um dia histórico para a musica.   



O cinema da década de oitenta, fantástico, em 1986 nos entrega o filme Platoon, que para quem de vez em quando olha meu blog, está entre meus filmes favoritos. Outro clássico, esse mais da sessão da tarde, é Highlander: O Guerreiro Imortal. Filmão imperdível, tanto para quem já assistiu os imortais cortando cabeças alheias ou não. O elenco, que que eu posso falar de Cristopher Lambert e Sean Connery, enfrentando Clancy Brown no papel de vilão? Digo e repito: Assista logo se você não conhece, e reassista se você já viu alguma vez.


E no Brasil? Como andavam as coisas?  


Nosso saudoso Ayrton Senna termina em segundo o GP do Brasil, disputado no circuito de Jacarepagua. E o primeiro lugar ficou com Nelson Piquet... Ainda no esporte, O São Paulo FC sagra-se campeão brasileiro, em uma final paulista contra o Guarani de Campinas. 



Por aqui no Brasil, o Atari fazia tremendo sucesso. Uma geração atrasada, mas um console clássico desse queria eu ter hoje em dia. Jogos como Keystone Kappers e Pitfall estavam no auge da popularidade. Morreu de saudade? Jogue online AQUI!

E, como no mundo inteiro, o tão aguardado Cometa Halley decepcionou. Na verdade, alguns fatores como a Terra e o Halley estarem longe um do outro durante o periélio contribui para ser a mais desfavorável visão do cometa em pelo menos  dois mil anos.


Por aqui rolava também um remake da novela Selva de Pedra. Não entendo quase nada de novelas, obviamente. 
Mas suponho que foi sucesso de audiencia, por ser novela da Globo. Principalmente, por ser novela da Globo em 1986. Segue ai para quem quer ver um video com o primeiro episodio da novela. 



 Por ultimo, mas não menos importante,  o desenho He-man estava bombando.  Cara, esse desenho está tão incrustado  em minhas memorias, que quando fui  procurar um episódio para postar aqui,  acabei assistindo episodio inteiro. Que  nostalgia! Coisas que só a internet faz  por você.  E perceber que o dublador do  He-man é o dublador oficial do  Schwarzenegger não tem preço!




A sim, quase me esqueci, amanha posto o segundo capitulo do meu livro. Se você gostou, compartilhe!

domingo, 4 de setembro de 2016

Voltando a ativa, primeiro capitulo do meu livro!

Bem minha gente, depois dessa longa ausência, retorno a escrever de vez em quando por aqui. Foram tantas emoções... Não é segredo que gosto de futebol (da para ver aqui) , então com Copa América Centenário, Eurocopa e Futebol Olímpico, sobrou pouco tempo para o blog. Mas cá estou, deixando minhas marcas no mundo virtual. Para compensar o tempo perdido, farei duas postagens hoje: a primeira já esta aqui, estou escrevendo um livro, ficção! Um dos meus gêneros preferidos. Acho que me saí bem para o primeiro capitulo, e juro que tentei ao máximo não fazer nada igual a Avatar, Alien e outras coisas muito mais conhecidas do gênero, até porque acredito que é muito implausível ensinar inglês para outros seres inteligentes do universo. (vou facilitar para quem não entendeu a cutucada: No filme Avatar, havia até uma escola de inglês para os Na'vi). 

61 Cygnus

1. Chegada

- Não temos mais que três minutos para o impacto.
A voz toma conta do bloco de navegação. A Nave Colonial Sanctuary está condenada. Após um longo processo de frenagem, ela encontra-se a uma velocidade equivalente a 10% da velocidade da luz. Manobrar um veículo com alguns milhares de toneladas a essa velocidade está fora de questão. O fim da Nave Colonial Sanctuary é iminente.
- Adam, libere todos os módulos de colonização. Não podemos fazer muito mais que isso por nossos amigos.
Adam é a inteligência artificial que controla toda a nave. Na verdade, ele é a nave. Desde a parte cinética dela, manutenção de software, setor de hibernação... cada centímetro da nave está sob os cuidados de Adam. Apenas por um curto período, quando a Sanctuary estava no sistema estelar Barnard, e toda a tripulação ficou acordada, Adam não foi o comandante.
Não que tivesse muita coisa para fazer em uma nave colonial, mas obviamente, ninguém ficou feliz em voltar para a caixa de sono para passar mais de uma década dormindo, com pequenos intervalos acordados apenas para não deixarem seus músculos atrofiarem.
- Mia, o modulo de colonização Gamma é o mais perto, só irei liberar o modulo quando você estiver no comando dele, você tem dois minutos e quarenta segundos para chegar nele.
- Faça o possível para salvar o maior número de vidas Adam, perdão por não ficar com você até o fim, mas os colonizadores irão precisar de toda ajuda possível.
- Não se incomode comigo Mia, você foi a melhor companhia nesses vinte anos de viagem. Cuide deles, sentirei sua falta. Os humanos acreditam no paraíso, quem sabe quem cuida do portão abra exceção para uma máquina pensante. E de bom coração!
- Tenho certeza disso Adam. Adeus meu irmão.
A aparência loira, fortes traços nórdicos e a baixa estatura talvez enganasse algum desapercebido. Mas Mia e Adam pertenciam a mesma espécie. Os dois eram inteligência artificial criadas pelos humanos em um laboratório avançado em Oslo. Os dois poderiam ser considerados irmãos. Por ser considerada uma tecnologia perigosa, a criação de inteligência artificial era rigorosamente controlada, apenas alguns milhares de indivíduos foram criados. Um deles foi incorporado a nave Sanctuary, tornando ela o seu corpo. E morreria logo. Mas não antes de liberar a maior quantia de módulos de colonização possível.
Mia corre o mais rápido possível até alcançar o Modulo Gamma, cerca de dois minutos após se despedir de Adam. Apenas alguns segundos após Mia assumir os controles do Gamma, Adam inicia o desacoplamento do módulo. Em seguida, o modulo de colonização segue em direção a uma pequena exolua ao redor de um planeta localizado no sistema estelar 61 Cyg A. Os demais módulos são liberados com suas respectivas IA’s comandando a rota até o pouso na superfície.
Dentro do deck de comando do modulo Gamma, Mia olhava a destruição da Sanctuary. Dentre as centenas de sondas que haviam chegado alguns anos, algumas tinham a função de procurar qualquer corpo celeste estranho vindo do exterior do sistema estelar, ou qualquer eventual corpo celeste que ficasse no caminho da nave, para ser possível prever algum perigo a nave. Mas ninguém pensou que o planeta poderia ter capturado décadas antes um cometa, e esse preso pelos laços da gravidade, foi estilhaçado em algumas dezenas de pedaços de centenas de metros de tamanho, que agora bombardeavam a nave colonial, quem em um lance de extremo azar, estava no lugar errado e na hora errada.
A IA, que numa expressão de tristeza quase humana, vê a Sanctuary sendo estraçalhada. Não demora muito para um dos reatores nucleares que faziam parte do sistema propulsão estelar entrar em estado crítico, causando uma explosão nuclear enorme. Era o fim de Adam e da Sanctuary. Lamentavelmente, a explosão empurrou alguns módulos para o campo gravitacional do planeta 61 Cyg A II, fazendo esses entrarem na atmosfera e desaparecendo sob as nuvens do exoplaneta. Mas as boas notícias é que grande parte dos módulos de colonização já estavam a uma distância segura.
Mia conhecia a exolua como ninguém, e sabia quais seriam os melhores pontos para uma nova cidade. O local escolhido era uma ilha de trezentos quilometros norte-sul e quatrocentos leste-oeste, perto de um continente localizado ao longo da faixa do equador. A escolha não foi aleatória, A 61 Cyg A tem apenas 15% da luminosidade do Sol, e a orbita do exoplaneta 61 Cyg A II está a 0.5 Unidades Astronômicas da estrela. É uma decisão muito sabia fixar uma cidade perto da linha do equador, onde é mais quente.
Não havia mais nada a se fazer, a não ser esperar pelo pouso. Com os poucos dados sobre os outros módulos, ela soube que mais três módulos pousariam perto do local de pouso, dois a menos de duzentos quilômetros, e um terceiro, pelos cálculos, pousaria a uns quinze quilômetros da costa da ilha. Ela não poderia ajudar, pelo menos por enquanto. Se os ocupantes desse modulo não acordassem no instante da aterrisagem no oceano, ficariam por década em estado de hibernação em um modulo no fundo do mar.
- Entrando na atmosfera em trinta segundos!
A voz feminina ecoa pelo modulo colonial, enquanto Mia olha os nomes da tripulação, um por um.

População Militar
01. Modise, Mark. Major.
02.  G. Diaz, Steve. Cabo.
03. P. Souza, Aline. Cabo.
04. B. Zirkhov, Nadjeska. Soldado.
05. Buckner, Eugene “butch”. Soldado.
06. Perez, Carlos. Soldado.
07. Capella, Soldado.
08. Talos, Soldado.

População Civil
09. Stern-Modise, Rivka. Medica, cozinheira.
10.  D. Tyler, Tyanna. Engenheira de bordo, auxiliar medica.
11. Kumalo, Delron. Engenheiro de bordo, geólogo.
12. Inzhaghi-Kumalo, Paola. Astronoma, botânica.
13. Chermont, Didier. Médico, auxiliar geral.
14. Chermont, Marjorie. Engenhara eletricista, auxiliar geral.
15. Red. Biologo, mecânico geral.
16. Spirit. Inteligência e Ética, Comunicações.

Todos os membros da tripulação foram selecionados por processos rigorosos, tanto físicos quanto mentais. A maioria deles estavam no final da adolescência quando saíram de seu planeta natal. Agora já estavam na casa dos trinta anos, devido a longa viagem entre as duas estrelas. Embora o sono de hibernação mantivesse seus metabolismos muito abaixo do normal para poupar-lhes do avanço da idade, uma viagem tão longa iria cobrar alguns anos de vida da tripulação. Na lista consta doze seres humanos, e mais quatro aurinos, a raça predominante em Aura, um planeta oceânico que orbita a estrela Tau Ceti. O Módulo Gamma ainda contava com dezesseis IA de combate, guerreiros perfeitos em caso de ambientes com formas de vida hostis, e cinco IA aquáticos, os melhores exploradores de ambientes líquidos.
A navegação foi feita de modo totalmente automático. Devido a uma grande tempestade que cobria a região do pouso, toda superfície terrestre abaixo do modulo gamma estava escondida abaixo de nuvens, que formavam um redemoinho gigantesco, exatamente como os furacões em nosso planeta. Quando o modulo finalmente sai do emaranhado de nuvens de tempestade, Mia consegue ter uma visão de sua nova casa. A ilha, em todo seu esplendor, vai ficando cada vez maior na janela da sala de controle do modulo. As faixas de praia no litoral são enormes, talvez com dezenas de quilômetros de extensão. Indo em direção ao interior da ilha, uma segunda faixa de planícies com uma coloração em diversos tons de cobre. Ao final das tundras, Mia observa as florestas de clima temperado.
 Já o continente cada vez fica mais difícil de ser visto, devido a sua distância.
O modulo pousa ao lado de um tranquilo rio que corta a planície. Tudo ocorre de maneira tranquila, sem sustos.
- Pouso realizado com sucesso, parabéns comandante Mia.
Gamma, quero leituras completas do módulo. Principalmente sua estrutura. E não esqueça da tripulação... quanto tempo você vai demorar para fazer isso?
- Três minutos Mia.
A IA levanta-se da cadeira de comando, e fica em pé na janela olhando para a tempestade que agita a ilha. A vegetação nesse ponto se resume a um pequeno e contínuo campo de cor quase marrom acobreado, dando uma impressão que esse local está passando por um outono.
- Toda a estrutura do modulo está intacta, todos os sistemas estão funcionais. Nada para se preocupar. Quanto a tripulação, todos em perfeito estado de saúde.
Assim como a Sanctuary, os módulos de pouso eram dotados de inteligência artificial, porém, ao contrário de Adam, que tomava decisões o tempo inteiro sozinho, a inteligência artificial dos módulos tomavam atitudes quando eram requisitadas suas ações, limitando em muito a autonomia de cada IA.  
- Tudo bem Gamma. Você consegue captar algum sinal dos três módulos que pousaram perto?
Mia espera calmamente por dois minutos uma resposta.
- Perdão Mia. Acredito que a tempestade não está deixando captar algum sinal..
- Gamma, acorde toda a tripulação, já chegamos. Eles terão algumas horas antes da reunião para atualizações. Aproveitem esse tempo para colocar os assuntos em dia e esticar as pernas. Mas por enquanto ninguém deve sair do modulo, por segurança.
- Comandante, me adiantei as suas ordens e deixei dez IA de combate a postos no lado de fora do modulo.
- Excelente Gamma. Mantenha sempre três IA de combate na entrada do hangar.
***
Já faz vinte minutos que toda a tripulação da Gamma acordou, mas os reflexos musculares estão patéticos.
Um dos requisitos para conseguir um lugar em uma nave colonial é formar um casal sadio com outro tripulante. Os homens, mesmo com muita dificuldade, tentam de todas as formas possíveis ajudar as mulheres em sua recuperação pós sono de hibernação.  
- Vamos subir para o deck de observação, acho que olhando o ambiente lá fora as coisas melhoram... – Modise fala para sua esposa, Rivka.
- Podemos ir junto major?
- Claro Diaz. Um pouco de sol no rosto não vai fazer mal a ninguém. E Tyanna?
- Ela está ansiosa para colocar os pés para fora do modulo. Temos dez IA de combate ativas, logo eu quero descer para fazer o mesmo. Mas antes quero dar uma olhada do deck de observação.
- Quero ver se pego um pouco de sol no rosto também! – Afirma Modise.
Outra voz ecoa pelo corredor:
- Tecnicamente não é “sol” no rosto major.
Para a liderança militar do Gamma, foi designado o Major Modise. Foi escolhido a dedo pelas glórias em campanhas militares nas selvas sul-americanas. Também tinha experiência em combates em ambientes hostis. Modise comandou um grupo de combate inteiro durante o cerco aos rebeldes em Titan. Nascido em uma pequena cidade sul-africana, cedo se alistou no exército da Human Commonwealth. Seu primeiro combate foi aos vinte anos. Não poderia haver pessoa mais qualificada para essa função.
- Vejo que temos um rapaz muito inteligente por aqui. - Respondeu com um pequeno sorriso no rosto.    
- Me diga algo que eu não saiba Butch.
- Está chovendo senhor, uma tempestade na verdade. Mesmo que fosse o Sol, o senhor não conseguiria ver nada.
O sorriso de Modise sumiu no exato instante que ele assimilou essa informação.
- De qualquer forma, só olhar pela janela e ver que não estamos no espaço já vai ser animador, não quer nos dar a honra de sua companhia Butch?
- Claro Major.
O grupo sobe para o deck de observação, que ficava localizado no topo do módulo. O modulo em si era uma sub nave enorme, com mais de duzentos metros de comprimento e trinta metros de altura. La do alto do deck de observação a vista era linda. De um lado, praias com areia em tons amarelados, e por outro, uma floresta temperada, com uma aparência fria, cobria até onde os olhos alcançavam. A estrela 61 Cyg A tem um brilho de apenas 10% do Sol, então as plantas nativas tinham uma coloração mais escura para absorver a maior quantidade possível de energia solar. Mas a aparência delas no geral lembrava muito as plantas terrestres e aurinas. No início da era estelar, com as primeiras análises do ecossistema de Aura, descobriu-se que as formas de vida de ambos os planetas eram idênticas em sua genética. Cada planeta teve uma evolução diferente, mas era muito obvio que a vida nos dois planetas teve uma origem em comum.
Fazia parte do grupo que subiu Paola Inzaghi-Kumalo. Ele era talvez a mais brilhante botânica de sua época.
- Só de olhar as plantas posso dizer que elas também têm a mesma origem que nossas plantas, assim como as plantas em Aura. Mudando de assunto Modise, quando você vai ser chamado para a reunião?
- Pelo cronograma, temos bastante tempo para descansar, já que o modulo está intacto e a tripulação ok. Ainda temos que definir o calendário desse local, então fica difícil falar em qual hora vai ser o conselho. Pelos dados recebidos, o dia dura trinta e duas horas, vamos fazer as contas e montar calendário e horas para esse lugar. Mas deixo a cargo dos nerds essa parte.
Diaz, que passou todo o trajeto e boa parte da conversa calado, finalmente se manifesta.
- Deve ser uma das coisas mais bonitas que já vimos o céu daqui.
- Você gosta de astronomia Diaz?- Paola pergunta.
- Gosto sim, quero aprender mais coisas com a astrônomo chefe da missão, se ela não se importa.- Disse ele rindo.
- Aprenda durante suas folgas Diaz. Teremos muito para fazer aqui e garantir a segurança de todos.
- Claro Major! Mas cansei de ficar aqui parado olhando para chuva e para a floresta. Alguém sabe se já é possível sair do módulo? Tô cansado de ficar aqui enjaulado...
- Diaz, hoje você vai ter que se contentar em andar pelo módulo, tente explorar decks que você não conhece.- Modise adverte.
Diaz acena e se despede do grupo, enquanto pega o elevador para os andares inferiores do módulo, parando no hangar. As entradas do hangar estão abertas, mas por precaução os escudos estão levantados para impedir que a atmosfera entre. As analises estavam sendo realizadas pela equipe cientifica IA. Os resultados iriam demorar algumas horas ainda para serem divulgados. De qualquer forma, Diaz se aproxima de um IA de combate que está de guarda na entrada.
- Boa tarde IA.
- Boa tarde soldado Diaz. Como você está se sentindo? A IA pergunta amistosamente.
- Me sinto bem, depois de um ano dormindo não quero dormir tão cedo. Algum animal passou por perto? Tenho curiosidade sobre a fauna local...
- Sim soldado. Pequenas formas de vidas capturadas para analises. Devem estar no setor cientifico.
Diaz balança a cabeça e vai até a entrada do hangar, onde estão dois aurianos sentados em algumas caixas.
- Red, Spirit. Ele acena falando os nomes.
Esse não era os nomes verdadeiros dos aurianos. Sua língua é impronunciável para criaturas com cordas vocais totalmente diferentes. Mas graças a tecnologia, um dos aplicativos do visor era um tradutor. Isso facilitava muito uma conversa entre duas raças totalmente diferentes, embora fosse estranho falar e ter que esperar o dispositivo traduzir para a outra língua o que estava sendo falado.
Ambos olham para ele e retribuem com olhares os cumprimentos. Junto com os aurianos, está Tyanna. Diaz senta-se encima de umas caixas de suprimentos e fica em silencio olhando para a chuva torrencial. Uma meia hora de silencio, e os escudos do hangar são abertos.
- Atmosfera, boa para todos.
Red fala enquanto respira fundo o ar úmido e frio que invade o ambiente vindo de fora.
- Tripulação, talvez vocês sintam um pouco o nível de oxigênio inferior aos nossos planetas, mas garanto que tudo ficará bem. Os escudos do hangar foram abertos, quem quiser pegar um ar atmosférico úmido e dar um breve passeio fora do modulo, mas dentro do perímetro de segurança, fique a vontade. - A mensagem de Gamma, repetida na língua dos aurianos, avisa toda a tripulação sobre o resultado das análises preliminares da atmosfera.
- Gamma, tem previsão para o fim da tempestade? – Uma voz entra no canal.
- Satélites indicam que estamos no final da tempestade, dentro de algumas horas o tempo ira limpar. – responde a IA prontamente.
Capella levanta-se e sai pela entrada do hangar, sendo observada pelos IA de combate.
- Comida, quando?
- Não sei Red, também estou com fome, por que não subimos ao refeitório?
Os quatro encaminham-se ao acesso do refeitório, uma curta caminhada, já que fica no andar superior ao hangar. Pouco tempo após sentarem em uma mesa, Gamma avisa pelo sistema de som sobre a primeira refeição nesse novo mundo.
- Fico feliz de anunciar a primeira refeição em nossa nova casa. Quem está com fome, basta se dirigir ao refeitório.
Logo toda a tripulação estava reunida no refeitório, onde todo o burburinho de vozes se confundiam, toda a alegria pela final da viagem e pelo início de uma vida nova. Ninguém, exceto as IA’s sabia o que tinha acontecido com a Sanctuary, ainda.
- Mia, como foi estar acordada por toda viagem?
Mia estava sentada na mesa com três mulheres que faziam parte do corpo cientifico.
- Foi agradável, foram vinte anos de aprendizado. Consegui ler algumas centenas de milhares de obras humanas de literatura e me aperfeiçoei na cultura auriana. Aprendi toda a história de Aura, desde os primórdios até os dias atuais. Grande parte do que li não estavam em meus registros.
-Mia, e como esta Adam? – Uma das mulheres pergunta.
Mia decide não revelar nada do ocorrido por enquanto. Sendo uma IA, fica muito fácil para Mia mentir. No seu rosto não aparece nada que denuncie que algo está muito errado.
- Meu último contato com Adam foi antes do desacoplamento, até lá estava tudo certo. Agora não consigo entrar em contato, deve ser por causa da tempestade.
- Reunião com  major Modise, a chefe cientista Rivka , a oficial Mia, dentro de uma hora na sala de comando.
Gamma não se estende muito sobre o aviso dado.
- Em breve saberemos como estão as coisas para os outros módulos. Tenho parentes em alguns deles. Diz uma voz.
- Estou mais curioso sobre nossas ordens. Outro responde.
- Presentimento ruim. Coisas erradas.- Talos responde.
- É só impressão Talos, logo tudo fica tranquilo. – Fala Paola.

O auriano olha calmamente para ela e consente acenando. Talos passou dez anos morando na Terra. De todos os aurianos, ele é o mais identificado com os humanos, devido ao grande tempo que passou com eles. Para um auriano, Talos tinha um corpo franzino. Tinha algo como 2.15 de altura e 100 quilos. O tom de pele dele era puxado para um vermelho escuro, o que denunciava que ele fazia parte do clã polar de Aura.


- No mais, logo saberemos como está tudo! – Didier fala antes de se levantar da mesa.